Editorial
Miro Soares

Críticas
Miro Soares 1
Miro Soares 2
Daniel R. Coes
Dante José de Araújo 1
Dante José de Araújo 2
Djenane Soares Alves
Edileuza Penha de Souza 1
Edileuza Penha de Souza 2
Antônio Eugênio P. de Castro
Jaqueline do Nascimento
Juliana de Souza Silva 1
Juliana de Souza Silva 2
Marco Antonio Oliva
Maria Helena/Maria do Carmo
Rubiane Maia
Sonia Maria Cabral Quinamo

 


 


TRABALHOS DE FLÁVIO PIMENTEL

EMARANHADO
Galeria de Arte Espaço Universitário / UFES, Vitória-ES
Dezembro de 2002

O desenho é a forma de expressão que acompanha o homem há tanto tempo quanto a sua própria existência, por isso, hoje, século XXI, não nos surpreendemos com uma exposição de desenhos. Acho que até podemos sugerir que é o que o público mais deseja ver, pois é o que mais conhece.

Porém ao longo da história, que não podemos e nem pensamos em negar, a arte/o desenho percorreu os seus caminhos como tudo o mais e chegamos todos à pós-modernidade. A diversidade, portanto, não deve nos assustar, ela é uma característica desse tempo; tampouco causar repulsa, mas sim, despertar para o interesse de investigação, de autoconhecimento, de se emaranhar pelos caminhos do “novo”.
A exposição Emaranhado traz trabalhos, sem dúvida, diversos em seus caminhos tantos, múltiplos, pacíficos, escritas imperfeitas, massas humanas, bidimensionais, tridimensionais, emaranhados.

Aos vários olhos que transitam pela exposição, alguns trabalhos inspiram seriedade, outros, sugerem uma brincadeira. Brincadeira do espectador em desvendar os caminhos emaranhados pelos fios de arame, por onde ele vai e por onde volta, num caminho simétrico, calculado, hábil. Treze trabalhos, XIII desenhos, 13 brincadeiras sérias, desenhos tridimensionais que incomodam o olhar, às vezes na confortável vertical, pendurados, outras vezes com o rosto colado na parede a fim de apreender a imagem e suas muitas faces, suas histórias cotidianas, de onde vieram, como chegaram ali, para onde irão.

Brincadeira do artista Flávio Pimentel, da ousadia em trabalhar com poucas linhas, esquemas de desenho que aprendemos nos desenhos artísticos, com lápis H e B e borracha branca, aqui com arame, alicate, força, habilidade, transporte das imagens tridimensionais da mente para o objeto do olhar. Desenhos em tamanho brinquedo, como fragmentos de um pequeno mundo, ao dispor dos olhos e das vontades de quem o possuir, cotidianos conhecidos, familiares, mas modificáveis, só depende de quem o estabelece. Desenhos voadores, pendurados, no espaço, interagindo com esse espaço, preenchendo os vazios com as cores das paredes de acordo com a direção do olhar.

Enredado embaraçado tartaruga clássico surfista ousado pequeno elaborado cotidiano olheiro brincadeira futebol XIII seriedade cagão tridimensional esquemático fragmento cachorro simetria fusca fios composição vertical 13 confortável pendurado voador aéreo espaço cores olhares avião lápis objeto borracha arame bule galvanizado alicate força mãos assalto treze imaginação caminhante gesto linhas pomba desenho emaranhado.

Djenane Soares Alves
paradjenane@bol.com.br