Editorial
Miro Soares

Críticas
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Edileuza Penha de Souza 1
Edileuza Penha de Souza 2
Antônio Eugênio P. de Castro
Jaqueline do Nascimento
Juliana de Souza Silva 1
Juliana de Souza Silva 2
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Maria Helena/Maria do Carmo
Rubiane Maia
Sonia Maria Cabral Quinamo

 


 


ESCULTURAS DE HELOÍSA GALVÃO

Artista: Heloisa Galvão
Título e Dimensões não informados
Técnica: Instalação com vasos de argila esmaltados e hastes de ferro cravadas num espaço em círculo de terra solta, ao natural.

A partir do momento em que o espaço e o ambiente de uma galeria valorizam-se e tornam-se parte de uma obra, a esta denominamos uma instalação. Uma reunião de matérias diversas que compõem uma obra e ao mesmo tempo reconstrói o espaço criticamente. A instalação seria uma resultante de um processo de busca às formas artísticas modernas, dando-lhes um ar poético contemporâneo.

A instalação em análise ocupa um lugar de cartão de visitas na galeria, tanto no seu posicionamento físico como na altivez, elegância, imponência. Ao mesmo tempo numa singeleza que nos atrai com simpatia, como um convite a entrar.

Na sua composição existe uma distribuição ordenada das peças em cerâmica e das hastes em ferro que as sustentam.Utilizando recursos geométricos, a artista distribui hastes, das maiores para as menores, do centro para as laterais, dando ao topo da obra um formato circular. A cerâmica que apresenta formatos orgânicos lembra-nos flores com diversas nuanças, de cores sóbrias, frias, passando uma tranqüilidade e harmonia entre si.
De todas as formas que é vista a obra, seja na lateral, em sua base ou no topo, colocamo-nos diante de uma circunferência e ao andarmos ao seu redor, tempos a sensação de movimento, como a obra interagindo junto a nós, o que nos remete a questionar se houve, pela artista, pretensões de relacionar a obra ao Planeta Terra. Reforçamos o questionamento quando percebemos a matéria principal, solta, ao natural e em círculo delineando o espaço ocupado pela obra.

As peças em argila parecem flores que buscam a luz, como na natureza, com suas aberturas voltadas para as laterais, numa ânsia de alcançar a claridade que as energiza, tanto quanto a base de terra que as floresce. Também da terra ressurge o ferro – parte tão importante na obra quanto a argila - que dá sustentação, equilíbrio e altivez “as flores”.

- No ferro, frieza e rigidez...

- Na argila, fragilidade e maleabilidade...

Apesar da oposição natural existente na composição dos dois elementos principais da obra, o artista consegue combiná-los e alcança uma harmonia perfeita prevista para o conjunto.
Concluindo, apesar desses elementos serem utilizados desde os primórdios da humanidade; a criatividade, sensibilidade, experiências do cotidiano fazem com que através deles possa se obter trabalhos com tendências modernas como é o caso da obra em estudo.

Maria Helena Figueiredo Soares
Maria do Carmo Bazani